segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Melhores gaúchos dos campeonatos brasileiros

         Opa gente, tudo bom? Ando meio ocupado mas achei um tempo aqui pra trazer mais dados interessantes. Dessa vez: os melhores times de cada estado no Brasileirão numa análise histórica. Começando com o maravilhoso estado do Rio Grande do Sul:

Melhores gaúchos por ano

Nas tabelas, podemos ver o melhor do colocado no campeonato brasileiro da época ou correspondente, sendo que quando o fundo é amarelo indica que o time foi campeão.
Temos como pano de fundo no começo o fim da década de 50 e o começo da década de 50. Houve muitos anos de domínio muito grande no Rio Grande do Sul, nas décadas de 40 e começo da década de 50, pelo Internacional, do Rolo Compressor, de Carlitos (maior artilheiro da história do Colorado, com 485 gols) , Nena, Tesourinho, Villaba e cia. De 1940 a 1955, o Inter ganhou incríveis 13 gauchões de 16 disputados. Porém, no ano seguinte, o cenário começa a se inverter. 
Em 1956, começa a era de um dos maiores times da história do Grêmio. Em 1954, dois anos antes, é inaugurado o Estádio Olímpico, e seus resultados não demoram a vir: de 1956 a 1968, o Grêmio ganhou 12 de 13 gauchões disputados. Era o Grêmio de Everaldo, Gessy, Juarez, de Alcindo, o Bugre, maior artilheiro tricolor com 231 gols. Também se destacava, pela liderança, Aírton Pavilhão.
Essa disparidade entre os dois times viria a se mostrar a nível nacional: na finada Taça Brasil, o Grêmio foi o clube que mais participou - não só do RS, mas dentre todos os clubes do Brasil - só tendo ficado de fora em um ano. Sua melhor posição foi um honrado quarto lugar, sempre competindo contra esquadrões, como o Santos de Pelé, Botafogo de Garrincha, Palmeiras de Ademir da Guia, Djalma Santos, Cruzeiro de Tostão e etc.
No fim da década de 68 o cenário começava a se reverter de novo: o Inter começava a subir de novo. Em 1967 e 1968, nas duas primeiras edições do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, vulgo Robertão, ficou em segundo colocado. Porém, no ano de 1969 há um fato marcante para a história do futebol gaúcho: a inauguração do estádio Beira-Rio. Com ela, surgiram no Inter craques do naipe de Valdomiro, Claudiomiro, Dadá Maravilha, Manga, Falcão, Don Elias Figueroa, Carpeggiani, que formaram um dos maiores esquadrões da história do futebol brasileiro, apesar da forte concorrência da Máquina Tricolor, de Félix, Carlos Alberto Torres, Edinho, Dirceu, Rivellino e Dorval, também da concorrência do Cruzeiro de Raúl, Nelinho, Piazza, Jairzinho e Palhinha. O Inter consegue por 9 vezes seguidas, ser o melhor time gaúcho do campeonato brasileiro, um recorde estadual, duas vezes sendo nesse período o melhor clube do Brasil. Durante o período de 1968 e 1980 o Internacional só ficou fora dos 5 melhores colocados do Brasileirão uma vez. 
Em 1977 o Grêmio renasce. Tendo nomes como Oberdan Vilain, Ancheta, um dos melhores zagueiros da Copa de 70, Tarciso, Tadeu Ricci, Iúra, o então jovem Éder Aleixo e o histórico centro-avante André Catimba, todos estes comandados na casa-mata por ninguém menos que Telê Santana. Foi campeão estadual nesse ano e quebrou sequência de títulos do Inter, a época octa campeão estadual, além de ficar a frente do rival no campeonato nacional. Se nota esse ano como um ponto fora da curva. Até o fim da década de 70 o Inter volta a reinar, sendo inclusive campeão brasileiro invicto em 1979, no ano seguinte também sendo vice campeão da América.
No ano de 1980, a ampliação do Olímpico é concluída, com o mesmo virando Olímpico Monumental. E novamente, os resultados não tardam a vir. No ano seguinte, o Grêmio é campeão brasileiro em cima do São Paulo em pleno Morumbi, com gol de Baltazar. Dois anos depois o Grêmio é campeão da América e do mundo. A década de 80 foi marcada por domínio gremista em relação ao Internacional, apesar do rival constantemente montar bons times, com jogadores como Ruben Páz, Taffarel, Luís Carlos Winck e o uruguaio Aguirregaray. O auge desses bons times é visto no fim da década, quando o Inter foi duas vezes seguidas vice-campeão nacional, no polêmico campeonato de 1987 e no de 1988. Também não pode ser deixado de citar o feito histórico do Brasil de Pelotas em 1985, ano em que ficou em terceiro colocado no campeonato nacional, só ficando atrás de Coritiba e Bangu.
Já na década de 90, apesar do começo ruim para os tricolores, houve um domínio gremista em títulos e grandes jogadores, esse domínio não se mostrou tão evidente no campeonato brasileiro, em que apesar do Grêmio ser campeão (no ano de 1996), ficou como melhor colocado 5 vezes e o Inter como melhor também 5 vezes. Os grandes anos do Internacional sendo 1992, em que ganhou a Copa do Brasil e 1997, em que foi terceiro colocado no campeonato brasileiro, num time contando Fernando, Christian, Fabiano Cachaça, todos comandados pelo então desconhecido Celso Roth.
No começo dos anos 2000, o Grêmio, ajudado financeiramente pela ISL, forma um grande time e domina o cenário regional, essa superioridade traduzida em 3 vezes seguidas melhores que o rival. Porém, quando a ISL vai a falência, o Grêmio entra em crise financeira forte e é até rebaixado, tudo isso contribuindo para uma época de mais sucesso do colorado, com o Grêmio 4 anos seguidos não sendo o melhor time. O Internacional, então começando a se reestruturar, sob a presidência de Fernando Carvalho, começa a montar um de seus maiores times da história, apesar de em 2004, ano muito estranho para o futebol, o Juventude ter sido o melhor gaúcho. 
Já os anos seguintes, apesar do grande sucesso internacional do colorado, esse sucesso não é conseguido nacionalmente, com o Grêmio mostrando certa regularidade nas cabeças e se revezando com o Internacional. Analisando os dados, temos: 28 vezes o Grêmio como melhor colocado, 27 vezes o Internacional, uma vez o Brasil de Pelotas e uma vez o Juventude. É possível notar uma forte polarização da dupla Grenal na história do futebol gaúcho. De sequências, a maior foi a do Inter de 1968 a 1976, com 9 campeonatos. Logo após, do Grêmio, de 1963 a 1967. O maior período longe do topo para o Grêmio foi justamente de 1968 a 1976, campeonatos. Do Inter foi de 1981 a 1986, com 6 campeonatos.

sábado, 1 de novembro de 2014

Sucesso em pênaltis e seus fatores influenciadores

      Nem todos pênaltis batidos entram. Nem todos vão para fora. Nem todos são defendidos pelo goleiro. Muitos atribuem a chance do pênalti ser acertado ao preparo físico, outros à sorte, enquanto outros defendem a característica intrínseca à pessoa. Porém, há vários outros fatores que podem ser considerados.
      Vamos ao primeiro outro fator considerado: o formato do torneio. Como a amostragem é a diversificada (Séries A e B do Brasileirão 2013 e Copa do Brasil 2013), foram utilizados dois critérios: mata-mata (que é o formato da Copa do Brasil) e pontos corridos (que é o formato das séries A e B do Brasileirão). Em torneios de mata-mata, são dois jogos que definem a classificação do time, portanto cada gol tem importância maior, portanto o nervosismo é maior, a pressão é maior. Seria este um fator que realmente influencia? Veremos a seguir. No entanto, mesmo dentro dos torneios de mata-mata, existem dois tipos diferentes: o pênalti batido em tempo normal e o pênalti batido em disputas de pênaltis,que são situações diferentes e por isso devem ser diferenciadas. Vamos começar com essa estatística:
      Na Copa do Brasil de 2013 foram ao total 7 disputas de cobranças de pênaltis:
Fortaleza x Luziânia, na primeira fase
Arapongas x São Caetano, na primeira fase
Campinense x Sampaio Correa, na primeira fase
Guarani x Confiança, na primeira fase
ASA de Arapiraca x Ceará, na segunda fase
Figueirense x Botafogo, na terceira fase
Grêmio x Corinthians, nas quartas de final
      Após a contagem dos pênaltis anotados e processamentos dos dados temos os seguintes resultados:

Números quanto ao acerto de pênaltis e formato do campeonato

      Durante as séries de cobrança de pênaltis houveram 47 acertos de 72 tentativas (65,27% de acerto), 29 acertos de 40 nas outras cobranças em jogos de mata-mata (72,50% de acerto) e quantos aos pontos corridos, 133 convertidos de 164 tentado, um índice de acerto de 81,09%. Como podemos ver, indo de pontos corridos até às disputas por pênalti há uma tendência cada vez menor de acertar o gol, portanto podemos sim concluir que quanto mais "decisivo" for o jogo menor é a chance do jogador acertar a cobrança.
       O primeiro fator observado foi o formato do torneio pelo qual o time está jogando, pois este formato pode mudar completamente a classificação do campeonato com um mísero gol. A conclusão que foi tomada a partir dos últimos resultados é que a pressão psicológica influencia. Porém esta pressão pode vir de outras maneiras, sendo uma delas a agora considerada: a situação do time na hora da cobrança;
      Convenhamos, existe muito mais pressão para bater um pênalti num jogo que você está perdendo ou empatando para um em que você está goleando e o gol pouco vai influenciar, certo? Porém, até que ponto esta pressão realmente influi, realmente faz diferença? Essa postagem se dedica a explicar isto.
      A metodologia utilizada é a seguinte: é considerado como está o placar para o time BATEDOR do pênalti na hora do mesmo. Não importa o resultado final, nem o que veio em decorrência do pênalti, mas sim o resultado na hora dele ser marcado.
      Existem três situação possíveis no futebol: perder, empatar ou ganhar. Nada mais, portanto são as três únicas opções possíveis. Por mais que na prática uma vitória de 1x0 seja muito diferente de uma de 2x0, a mesma regra vale para a a derrota, o que acaba balanceando o fato do fator pressão influenciar de maneira diferente a cabeça do jogador.
      Quanto a disputas por pênaltis: nela, o jogo é zerado, passa a ser 0x0, portanto a situação da primeira cobrança é sempre empate. Caso o primeiro cobrador converta a cobrança, o placar passa a ser de 1x0 para o time que bateu primeiro, portanto, consta como derrota para o segundo batedor.
Os resultados resumidos se encontram aqui:

Números quanto ao acerto de pênaltis e situação momentânea da equipe - números totais
     Como notamos, é muito maior a tranquilidade, facilidade e índice de acerto do jogador que bate o pênalti sabendo que está perdendo ou empatando. Se destaca neste sentido a baixa eficiência dos cobradores de times que estão empatando, talvez isto sendo explicado pelo falto do empate muitas vezes significar indecisão da partida. Como certas vezes a derrota é "aceita" pelo time batedor - seja ela por placar elástico, má exibição, falta de confiança, etc. - o nível de pressão psicológica que o jogador exerce sobre si mesmo é menor que numa situação de empate, assim sendo uma possível explicação da disparidade nos números. Esta imagem acima não representa somente os pênalti marcados pelo juiz, mas também os de séries de pênaltis. A tabela-resumo dos pênalti marcados pela arbitragem é a seguinte:

Números quanto ao acerto de pênaltis e situação momentânea da equipe - números em tempo normal

      Não se vê grande diferença na comparação entre o quadro de comparação geral e só de tempo normal, só se notando uma leve diminuição na diferença entre batedores em situação momentânea de derrota e em situação de empate, além de mostrar o aumento da eficiência de batedores de times que estão vencendo. Também de chega à conclusão que o pênalti é estatisticamente mais provável de ser marcado enquanto os times estão empatando, com 48,03% dos pênaltis marcados nesse panorama, enquanto 27,45% são marcados para o time quando ele está perdendo e os restantes 24,50% para quando o time estiver ganhando. E a de pênaltis apenas em disputados é esta:

Número quanto ao acerto de pênaltis e situação momentânea da equipe - números em disputas de pênaltis

      Quanto a tabela exclusiva de disputas de pênaltis. percebemos que ainda sim há a maior chance de acertar o pênalti quando estiver perdendo em relação a quando estiver empatando, ainda que neste universo seja maior. Salta aos olhos a baixíssima eficiência dos batedores em situação momentânea de vitória, enquanto nas outras comparações esta é maior que a chance de acerto em outras situações. Esse valor baixo pode ser explicado devido a apenas terem sido feitas 8 cobranças, sendo a a amostra pequena demais, a qual pode causar distorções do resultado final.
      Dos outros fatores que podem ou não influenciar na sua chance de erro, este é o mais polêmico: a questão da camisa. É comum para pessoas que acompanham futebol com maior frequência ouvir o termo a camisa pesasó chegou onde chegou por causa da força da camisa (muito ouvi isso ao se referir ao Peñarol que fez a final da Libertadores 2011 com o Santos e com o Boca Juniors, que fez a final do mesmo torneio com o Corinthians em 2012). A expressão "jogador de time pequeno" também é comum para se referir a jogadores que não rendem quanto o esperado em times maiores porém vão bem em menores. Seria a mesma coisa para o jogador bater um pênalti vestindo a camisa do Flamengo e tudo que ela representa e bater um pênalti com a camisa de um time geralmente denominado como menor, por exemplo o São Caetano? E o contrário, também vale? O nível de dificuldade em bater um pênalti contra a camisa #1 do Grêmio que teve Manga, Leão, Mazaropi, Danrlei é o mesmo que bater um pênalti contra o River-PI?
     Para pesquisar a real influência disso, é preciso definir "quem tem mais" e "quem tem menos" camisa. É quase consenso que os doze maiores e mais vitoriosos clubes do país são: Grêmio, Internacional, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Atlético-MG e Cruzeiro. São comumente no Brasil chamados os times grandes, gigantes ou até G12, esta última sendo a nomenclatura que usarei. Como é difícil fazer uma lista de clubes do país por ordem de grandeza, os fatores definidos para análise foram: se o time batedor é do G12 e se o time que vai tentar defender o pênalti também é. A tabela final com os números ficou assim:

Números quanto ao acerto de pênaltis baseado no time que joga e que enfrenta

      Não se vê grande diferença na comparação entre o quadro de comparação geral e só de tempo normal, só se notando uma leve diminuição na diferença entre batedores em situação momentânea de derrota e em situação de empate, além de mostrar o aumento da eficiência de batedores de times que estão vencendo. Também de chega à conclusão que o pênalti é estatisticamente mais provável de ser marcado enquanto os times estão empatando, com 48,03% dos pênaltis marcados nesse panorama, enquanto 27,45% são marcados para o time quando ele está perdendo e os restantes 24,50% para quando o time estiver ganhando. E a de pênaltis apenas em disputados é esta:

Números quanto ao acerto de pênaltis baseado no fator casa - disputas por pênaltis 

Aí se nota um fenômeno interessante: apesar da pressão da torcida alheia, bater pênalti fora de casa é estatisticamente melhor. A tabela a seguir é apenas sobre os pênaltis cometidos em tempo normal - até para ajudar a ter ideia de quantos pênaltis são marcados para o time da casa e quantos contra.
Números quanto ao acerto de pênaltis baseado no fator casa - pênaltis em tempo normal

        Batedores jogando fora de casa ainda sim batem pênalti melhor que jogadores batendo em casa, com apoio da torcida, por incrível que pareça. Porém, neste universo de comparação nota-se que a diferença do índice de acertos é bem menor que nas disputais de penalidades. Também é interessante ressaltar que 65,68% dos pênaltis marcados foram para o time da casa - 91% a mais que para times de fora, número que pode ser explicado tanto pelos juízes caseiros como pelos times jogando em casa geralmente atacarem mais. A tabela final, composta dos dois universos, fica com os seguintes resultados:

Números quanto ao acerto de pênaltis baseado no fator casa - números totais

Devido ao fato da segunda amostragem (os pênaltis em tempo normal) ser um tanto maior que a primeira (só disputas de pênaltis), por mais que na primeira amostragem a diferenciação do índice de acerto entre os dois modelas seja de incríveis 12,23 p.p, num termo geral essa diferença cai para muito menores 1,85% de diferença. No entanto, estatisticamente falando é mais fácil converter um pênalti fora de casa do que em casa.
          Um dos grandes mitos do futebol brasileiro é que canhotos pênalti pior que destros. Sempre ouvi isto, ainda ouço. Em conversa com o jornalista Francisco Nepucemo, do site Futebol80 (outro EXCELENTE site, recomendo muito), ele também disse que a frase é bem antiga, disto concluí que é um pensamento bem enraizado no imaginário popular, inclusive na minha cabeça, sempre pensei nisto como verdade também, até resolver fazer a conta e ver até que ponto era verdadeiro isto. Já foi feita nesse blog uma postagem sobre o assunto, porém esta contém dados corrigidos em relação a versão anterior. Segue o resultado:

Números quanto ao acerto de pênaltis baseado no fator pé do batedor

         Os números desmentem o mito: ao contrário da teoria geral, canhotos têm aproveitamento maior que destros em relação a pênaltis. Como pode ser visto na postagem anterior (Canhotos e Pênaltis), esta superioridade se dá tanto no Campeonato Brasileiro da Série A, como da Série B e como da Copa do Brasil. Como estatística final: foram marcados, nos campeonatos usados como amostragem, 276 pênaltis. 209 foram acertados, isso dá uma taxa de acerto de 75,72%. Em termos redondos, a cada 4 pênaltis batidos, 3 são convertidos e 1 é desperdiçado.

         Alguma sugestão? Dúvida? Reclamação? Algum número que interpretei errado, algum dado que utilizei errado? Favor avisar na caixa de mensagens. Quem quiser a lista de pênaltis batidos e suas circunstâncias também só deixar o email ali que mando arquivo. Abraços.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Curiosidades inúteis

       Sobre o André: AQUELE (não o goleiro), atacante, do Santos, Vasco e hoje Galo. Era da base do Cabofriense em 2007 e 2008 e foi pro Santos em 2009. No mesmo ano, estreou pelo Santos na décima-quarta rodada do Paulistão, contra o Mogi-Mirim, entrou no finalzinho do jogo. No meio do Brasileirão começou a entrar em alguns jogos, até que foi titular e marcou na vitória de 2x0 sobre o Flu, jogo em que o Ganso também marcou. Ficou mais uns jogos no banco, daí foi titular de novo, contra o São Paulo, na Vila. Fez um gol logo no começo e o jogo acabou dando 4x3 pro São Paulo, o Rogério até foi expulso de tão LOKO que foi o jogo. Na mesma temporada, o André não fez mais nada de destaque.
        Enfim, 2010: o Santos, que tinha Neymareganso, Robinho, Wesley, André e cia ltda. deu XOU no Paulistão, o André jogou pra caralho e fez 13 gols nele, continuou bem na temporada, fazendo 8 gols na Copa do Brasil e 5 no Brasileirão. Ao fim da Copa do Brasil, foi vendido pro Dinamo de Kiev da Ucrânia. Não foi muito aproveitado lá daí em fevereiro de 2011 foi emprestado pro Bordeaux, da França. Também não rendeu. Tava numa fase muito ruim, o último gol tinha sido pelo Santos, em 06/06/2010, contra o Vasco. Eis que em julho de 2011, o Galo decide tentar reabilitar ele. Até aí nada de fora do comum ou curioso né? Enfim, agora o ESTRANHO: reestreia no futebol brasileiro. Entra no meio do jogo contra o Fluminense (prestem atenção nos times) e faz gol. Terceiro jogo, marca contra o Grêmio. Quatro jogos depois, faz gol contra o Botafogo (PRESTEM ATENÇÃO NOS TIMES).
       Passou por outra fase ruim (na verdade era uma uva e só fazia gol porque jogava com aquele Santos fantástico, FALO MESMO), ficando 8 jogos sem marcar, pra ser exato. Depois de pouco mais de 8 horas sem marcar um mísero golzinho, desencanta! Contra o....FLUMINENSE. Poxa, coincidência, contra o mesmo time. Beleza. Dois jogos depois, marca contra o mesmo....GRÊMIO. "Poxa, duas vezes, que engraçado". Ok. Penúltima rodada do campeonato, o Galo com o Dorival já começa a respirar um pouco mais. O André resolve fazer mais dois gols. O Santos goleia CRUELMENTE, por 4x0 o....BOTAFOGO.
        No próximo Campeonato Mineiro já marcou no primeiro jogo, em 29 de janeiro. OUCEJA: do período entre 07/06/2010 e 28/01/2012, dos quais constam 600 dias, que somam 1 ano, 7 meses e 21 dias, nos quais o André jogou 42 jogos, somou DOIS MIL E NOVENTA E SEIS MINUTOS, QUASE 35 HORAS, ele marcou 7 gols. NOS MESMOS TIMES. E eu achando que o Dagoberto tinha raiva do Grêmio, isso aí é fichinha perto da RAGE do André contra Flu, Grêmio e Bota nesse período.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Canhotos e pênaltis

         "Canhoto não sabe bater pênalti" é uma das maiores verdades-mitos do futebol, sempre ouvi desde pequeno e sempre vi muita gente reproduzir esse pensamento. Em conversa com o jornalista Francisco Nepucemo, do site Futebol80.com.br (outro EXCELENTE site), ele também disse que a frase é bem antiga, disto concluí que é um pensamento bem enraizado no imaginário popular, inclusive na minha cabeça, sempre pensei nisto como verdade também. Então, comecei a pensar: é verdade mesmo? Como é uma coisa completamente mensurável, resolvi pesquisar (nessa não tem a desculpa do ócio, eu tava trabalhando na época). A amostra escolhida inicialmente foi a Copa do Mundo, por ser um torneio de alto nível técnico e visibilidade. Porém, por mais incrível que pareça, os registros de Copas mais antigas são muito ESCASSOS. Nem em toda fichas técnicas é apontado quando pênalti são perdidos em tempo normal. 
        Por exemplo: Copa de 1930. Primeiro jogo da seleção brasileira, segunda, 14/07. A Iugoslávia, futura quarta colocada, abre 2x0 para depois descontarmos  com Preguinho, um dos maiores multiatletas da história deste lindo rincão. Outro jogador a se destacar que jogou nesta partida é Araken, autor de 177 em 193 jogos com a camisa santista e autor do histórico milésimo gol da história do alvinegro praiana Quinta-feira: Iugoslávia e Bolívia. A Iugoslávia goleia impiedosamente por 4x0 e se classifica. O último jogo é Brasil x Bolívia, no domingo, valendo menos que um pastel de vento. O Brasil, com Carvalho Leite, um dos maiores jogadores brasileiros da década de 30, que viria a ser penta campeão carioca e tri artilheiro do mesmo campeonato, goleia a Bolívia por 4x0. Neste jogo o goleiro brasileiro Velloso, ídolo do Fluminense, defendeu um pênalti, um fato até aquela data inédito na história da competição. 
         Esta informação do erro de pênalti da Bolívia consta em muitos poucos sítios e fichas de jogo, o que dificulta o uso de Copas do Mundo como amostra. Então, com a ajuda do já citado Chico Nepucemo, defini a amostra como as Séries A e B do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil de 2013, esta última escolhida especialmente pelo fato de poderem haver possibilidades de cobranças de pênaltis. Bom, vamos aos números. O critério escolhido foi o pé que o jogador usou para bater o pênalti. Se ele utilizou o pé trocado e isso contaminou a amostra eu não tenho nada a ver com isso. Quanto a série A, o resultado foi o seguinte:


         Analisando número por número, vamos lá: houveram 17 pênaltis batidos por canhotos. 15 foram acertados e apenas 2 foram errados, totalizando um acerto de 88,23%.
Quanto aos destros: 62 pênaltis batidos, 48 acertados e 14 errados, taxa de acerto de 77,41%. Fazendo uma média ponderada, temos um índice de acerto de 79,74%. Gostaria aqui de destacar foram no total 79 pênaltis, dos quais 17 foram de canhotos (ou seja, 21,51%) e 62 de destros (78,48%). Guardem esses números. Agora vamos aos números da série B:


          Não precisa limpar o óculos, você não tá vendo errado. Sim, foram apenas 3 pênaltis batidos com a perna esquerda durante os 380 jogos da série B. Te juro, sério, mesmo. Foram apenas 3 pênaltis cobrados, e 3 acertados, portando a margem de acerto foi de.........100%!!!!!!! Já em relação aos destros: foram batidos 83 penalidades máximas, sendo 66 convertidas em gol e 17 não. Taxa de acerto de 79,51%. A taxa de acerto geral foi 80,23%, pouco maior que da Série A. O que chama é atenção é que a porcentagem de destros foi de 96,51%. OUCEJA: um batedor canhoto para cada 27,66 batedores destros. Realmente não sei o que explica isso. Enfim, agora, em relação a venerada Copa do Brasil. Nesta houve uma diferença SIGNIFICATIVA em relação às outras competições. Vejamos: 


          Quanto aos canhotos (27,65% dos batedores), 26 cobranças das quais 6 foram desperdiçadas, totalizando 76,92% de acerto, taxa baixa para canhotos usando o referencial das Séries A e B, porém não é ruim né? Porém os destros.....
68 foram batidos, dois quais VINTE E SETE (27) não entraram. Muito né? Índice de acerto de apenas 60,29%. Em termos redondos, na Copa do Brasil de 2013, para cada 3 pênaltis acertados com destros 2 foram errados. Temos uma média de acertos de incríveis........64,89%. Diferença de 15 pontos percentuais para a Série B, aproximadamente. Penso que essa diferença enorme se dá ao fator psicológico de pressão que é maior em torneios de mata-mata. Inclusive parte desses pênaltis considerados foram em séries de cobranças de pênaltis ocorridas após empates em todos os critérios de desempate. Fazendo um RESUMÃO:


          Sendo bem objetivo: canhotos acertam, EM MÉDIA, 82,60% dos pênaltis batidos. Já destros acertam em média "apenas" 72,76%. Fazendo uma média ponderada, temos que o acerto de pênaltis nos 3 maiores torneios do Brasil em 2013 foi de 74,51%. Em termos aproximados, foram acertados 3 de cada 4 cobranças. Conclusão: se o seu time colocar um canhoto para bater a penalidade máxima, não se desespere, FIQUE FELIZ. A não ser que ele seja o Palermo risos. Qualquer sugestão, dúvida, correção e etc., estamos aí. Quem quiser a lista dos pênaltis com jogador, adversário, pé escolhido, rodada e etc., favor se manifestar na caixa de email do ghpedroso@gmail.com. Abraços

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Jogadores que marcaram contra o G12

          Opa, tudo bom? Sou e sempre foi um APAIXONADO por estatísticas de futebol, por isso decidi criar essa porra, por mais que eu não seja matemático ou estatístico. Por fruto de curiosidade (e MUITO ócio, diga-se de passagem), comecei a pensar ontem: quantos jogadores marcaram contra TODOS os times do G12? Será um feito difícil? Muita gente conseguiu? Na minha cabeça, era algo foda pra caralho, coisa que só gente BOA conseguiu, só grandes atacantes tipo, sei lá, Luizão, Amoroso, Edilson Capetinha, Viola, Romário, Edmundo e caralho a quatro.
        Como eu não tô trabalhando no momento (emprego plz come to Brazil), decidi pesquisar mais a fundo e não é que não é bem assim, tem na lista gente que, digamos, não é o atacante mais técnico do mundo e passa longe de ser o segundo e o terceiro. Antes de postar, algumas CONSIDERAÇÕES:
1) G12 consiste em Grêmio, Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. "ain mas o Bahia é grande devia estar aí", olha, não tô aqui pra discutir isso.
2) Ali na lista tá o dia, o campeonato e o adversário, pra depois procurarem melhor se quiserem.
3) Sim, eu contabilizei gol contra do Rogério Ceni.
4) O gol na lista é apenas um dos exemplos. Não é necessariamente o único, não é necessariamente o primeiro, o último.
5) As fontes são os maravilhousos sites zerozero.pt, transfermarkt.com e futpedia.com. Recomendo todos com MUITA força pra quem gosta de futebol.
6) Só foram considerados jogadores em atividade, pois senão a lista seria gigantesca.
         Organizei por ordem alfabética. O primeiro é sim, ELE: ALECSANDRO, o homem do calcanhar dourado, filho do Lela, irmão do Richarlyson. Não precisa explicar mais quem é né? Acho que não tem nenhum Alecsandro genérico. Enfim, é o centroavante ex-Cruzeiro, Inter (campeão da Libertadores como titular lá), Atlético-MG, Vasco e atualmente Flamengo. É, por incrível que pareça, um dos maiores artilheiros do Campeonato Brasileiro desde 2003, quando começou o regulamento por pontos corridos. Tá BEM longe de ser um cara que joga bem, que tem técnica, mas tá sempre aí, jogando em time grande, fazendo gol, no fim é o que importa né?

Datas de vítimas de Alecsandro
          Ele estar na lista sendo um cara tão sem técnica meio que surpreende né?
Enfim, vamos ao segundo: Alexsandro de Souza. O Alex. Sim, aquele. O (injustamente apelidado, diga-se de passagem) Alexotan. O meia, ex-Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro, que fez sucesso no Fenerbahce e voltou pro Coritiba (não citei o Flamengo porque ele não jogou lá, só vestiu a camisa e entrou em campo, jogar é uma palavra muito forte). O cara é meia, tem mais de 400 gols na carreira, merece respeito, joga DEMAIS. Segue a lista:

Datas de vítimas de Alex
         Apesar de eu ter colocado esse gol dele em 2013 contra o São Paulo, vale lembrar desse: 
        Uma PINTURA.

        O terceiro da lista: Dagoberto. Vulgo Dagol, revelado (e odiado pela torcida do) pelo Atlético-PR, ficou anos no São Paulo para depois migrar pra Internacional e daí Cruzeiro. Eu tenho ódio mortal desse sujeito porque ele SEMPRE faz gol no Grêmio. Apesar de nunca ter sido um cara goleador, é TETRA campeão brasileiro e deve ser penta esse ano (2014), se juntando a seleta lista de Zinho e Andrade como o maior vencedor de campeonato brasileiro (pós-1970). Os gols dele, a seguir:

Datas de vítimas de Dagoberto
         O mais interessante é que nem precisa contar a época dele no Atlético Paranaense que ele consegue fazer gol em todos do G12 mesmo assim. Agora vamos a: Diego Souza. Revelado pelo Fluminense e com passagens fracas por Flamengo e Benfica, RENASCEU no Grêmio, para depois rondar por Palmeiras, Atlético Mineiro, Vasco, Cruzeiro exterior e atualmente se encontra no Sport. Sempre alternou bons e maus momentos na sua carreira, também sendo um grande andarilho. Impressiona o fato dele ser meia e ainda assim estar nessa lista. Os seus números são os seguintes: 

Datas de vítimas de Diego Souza
        A seguir temos: Fred. Por anos autor do gol mais rápido da história do futebol (esse: https://www.youtube.com/watch?v=fvPiSQn999A, já superado), Revelado pelo América-MG, foi para o Cruzeiro numa jogada de MESTRE do então presidente do Cruzeiro, Alvimar Perrella, que o trocou por Gerson Magrão. Após uma boa passagem pelo Cruzeiro passou anos no Lyon da França até ser contratado pelo Fluminense, clube no qual foi bicampeão brasileiro e é ídolo. Pelo Fluminense, só não marcou contra o Santos (e contra o Fluminense rs):

Datas de vítimas de Fred
        Agora temos como outro a conseguir o feito Luís Fabiano. Ídolo da Ponte Preta e protagonista de uma relação de amor e ódio com o São Paulo, o atacante é um dos grandes artilheiros do clube tricolor.  Após anos na Europa, voltou para o SPFC em 2011. Se nota um curioso jejum de gols contra o Internacional que dura mais de uma década. Seus números são os seguintes:

Datas de vítimas de Luís Fabiano
        Agora temos outro na lista, que se destaca pela sua LONGEVIDADE no futebol e por ter estourado tarde: Paulo Baier. Com recém completados 40 anos, dono de passagens de sucesso por Criciúma, Goiás e Atlético Paranaense, o meia é o maior artilheiro do campeonato brasileiro de pontos corridos, colecionando mais de 100 gols. Seguem os seus números:

Datas de vítimas de Paulo Baier
         Números estes conseguidos somente de 2008 para cá, ano no qual completou 34 anos. O último da lista é talvez um dos maiores futebolistas em atividade no mundo: Rogério Ceni. Maior goleiro artilheiro da história e grande ídolo do São Paulo Futebol Clube, o goleiro marcou gols em diversos clubes.

Datas de vítimas de Rogério Ceni
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